Tristeza do Infinito - Luiz Fernando de Carvalho
Corda
Do bar lhe colocaram pra fora
e é fina a chuva que lhe espera.
Em casa ninguém lhe aguarda,
os vizinhos desistiram de suas
palavras de sabedoria.
Os filhos partiram cedo
nas curvas de uma rodovia
acidentada;
seus amigos lhe aguardam,
os epitáfios sorriem
com suas escrituras
de pranto.
Em casa o bilhete da esposa,
escrito a lápis,
ainda repousa sobre o
criado mudo;
a última garrafa se foi,
e se foram também os sorrisos.
O nó convida do canto
do quarto - a corda descansa.
_Fabrício de Queiroz
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
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